"Eu sei, eu que decretei", responde Moraes após Braga Netto dizer que se encontra preso
Já foram ouvidos outros sete réus: Mauro Cid, Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Jair Bolsonaro e Paulo Sérgio Nogueira
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes afirmou saber que o ex-ministro da Defesa e da Casa Civil Walter Braga Netto está preso durante o depoimento do bolsonarista na Corte.
Logo no início, ao responder se já havia sido encarcerado, pergunta de praxe em todos os interrogatórios, o general da reserva disse, rindo, que estava na cadeia.
— Eu sei, eu que decretei — disse Moraes, que conduz a sessão.
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O ex-ministro afirmou também que o tenente-coronel Mauro Cid mentiu ao relatar que o financiamento ao plano golpista foi discutido em uma reunião com kids pretos em seu apartamento.
— O tenente-coronel Cid faltou com a verdade. Foi uma visita de cortesia — disse Braga Netto.
Braga Netto disse que Cid pediu para levar os dois integrantes das Forças Especiais, a quem não conhecia, em seu apartamento, pois os militares gostariam de conhecê-lo.
O ex-ministro negou também que tenha reado dinheiro um uma caixa de vinho a Cid, supostamente para financiar a ofensiva antidemocrática. Segundo Cid, a verba foi reada por empresários do agro.
— Isso não corresponde à realidade. Eu não tinha contato com empresários, então não pedi dinheiro e não entreguei dinheiro para ninguém. Os empresários estavam mais interessados no Bolsonaro do que em mim — disse Braga Netto, negando também que tenha participado ou ouvido falar de um plano para ass autoridades.
Entenda o caso
O interrogatório ocorre no âmbito da ação penal que avalia se Bolsonaro e outros sete réus, o chamado "núcleo crucial", planejaram um golpe de Estado para impedir a posse do presidente Lula no fim de 2022.
Eles são acusados dos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, organização criminosa, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.