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REMÉDIO

Wegovy: está aberta consulta pública para inclusão de medicamento para obesidade no SUS

Se aprovada, a semaglutida 2,4 mg será o primeiro remédio para o tratamento da obesidade disponível na rede pública de saúde

A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) abriu uma consulta pública para ouvir a sociedade civil e a classe médica sobre a inclusão do Wegovy (semaglutida 2,4 mg) para o tratamento da obesidade no Sistema Único de Saúde (SUS). Se aprovado, este será o primeiro medicamento para a condição disponível na rede pública.

A avaliação de incorporação do tratamento é para beneficiar pacientes com obesidade que tenham histórico de doença cardiovascular estabelecida, sem diabetes, a partir de 45 anos de idade. A consulta pública recebe manifestações da sociedade civil online até o dia 30 de junho (clique aqui para ar o link).

O Wegovy é o primeiro tratamento para obesidade com benefício cardiovascular comprovado, além de ser o primeiro análogo semanal do GLP-1 aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para tratar pessoas que vivem com obesidade e sobrepeso com ao menos uma comorbidade relacionada ao peso. Nesta segunda-feira, 9, o Mounjaro, um Aovo tratamento da mesma classe também foi aprovado para o tratamento da obesidade.

"Atualmente, o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) de sobrepeso e obesidade do SUS recomenda apenas intervenções de mudança de estilo de vida, como dieta e atividade física, e, em casos mais graves, a cirurgia bariátrica. No entanto, existe uma lacuna significativa entre essas opções, pois muitos pacientes não respondem adequadamente apenas às mudanças de estilo de vida, mas ainda não são elegíveis ou preferem não recorrer à cirurgia. Além disso, em situações mais graves, para ser submetido à uma cirurgia tão invasiva, o paciente também precisa perder peso antes do procedimento. Semaglutida 2.4 mg preenche essa lacuna ao oferecer, pela primeira vez na rede pública, uma opção farmacológica comprovada e eficaz para o tratamento da obesidade, ajudando pacientes que precisam de uma intervenção adicional antes de considerar uma cirurgia, ou ainda, na manutenção dessa perda significativa de peso", afirma Priscilla Mattar, vice-presidente da Área Médica da Novo Nordisk no Brasil, em comunicado.

Segundo o atlas Mundial da Obesidade 2025, lançado em março pela Federação Mundial da Obesidade, um bilhão de pessoas vive com sobrepeso em todo o mundo e o número pode ar de 1,5 bilhão até 2030. Só no Brasil, quase 1/3 dos adultos vive com a doença, que cresce de forma acelerada no país. O levantamento mostrou que 68% dos brasileiros adultos estão vivendo com sobrepeso, sendo que esse número chega a 31% quando se fala em obesidade.

De acordo com um estudo realizado pelo Departamento de Medicina Preventiva da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), dos 6 bilhões de reais que foram utilizados em 2019 com tratamento de doenças crônicas, aproximadamente 22% ou 1,5 bilhão de reais foram atribuídos ao excesso de peso e à obesidade.

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