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ESTUDO

Cresce número de brasileiros com educação básica completa; patamar ainda é distante de nações ricas

Dados da PNAD Educação de 2024 mostram que 56% de adultos com mais de 25 anos tinham um diploma de ensino médio. Em 2016, eram 46%

A proporção de brasileiros com 25 anos ou mais que concluíram a educação básica subiu dez pontos percentuais desde 2016.

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Educação de 2024, divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE), mostram que 56% de adultos a partir dessa faixa etária tinham um diploma de ensino médio. Em 2016, eram 46%.

Nesse ritmo, em cerca de 20 anos o país atingirá o nível desse indicador de países desenvolvidos.

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Entre as nações da OCDE, o percentual de pessoas sem educação básica completa é de 20% — menos da metade do indicador brasileiro (44%). O país também está atrás de Colômbia (37,9%), Argentina (33,5%) e Chile (28,0%).

Os dados refletem a melhora consecutiva nas taxas de conclusão de ensino médio, que cresceram consistentemente entre 2010 e 2019. Essa progressão só foi interrompida pela pandemia de Covid-19, em 2020, quando as escolas foram fechadas. Em 2023, no entanto, essa trajetória foi retomada.

Além disso, o Brasil também tem derrubado as taxas de abandono escolar. Em 2010, 12,5% dos alunos no primeiro ano do ensino médio pararam de estudar. Em 2023, isso caiu para 3,6%. Esse é o momento da vida de um aluno em que ele tem mais risco de desistir dos estudos.

Desafios
Apesar do cenário em evolução, o Brasil ainda tem desafios. O Nordeste, por exemplo, é a única região do país onde menos da metade da população com 25 anos ou mais concluiu o ensino médio - apenas 47%. Esse é um patamar que a média nacional superou desde 2017.

Os dados da PNAD Educação revelam ainda desigualdades raciais. Adultos brancos estudam, em média, 11 anos, e 63,4% desse grupo completaram o ensino médio. Entre pretos e pardos, a média de escolaridade é de 9,4 anos - 18 meses a menos -, e apenas 50% concluíram a educação básica.

Estoque
Se por um lado, o Brasil tem diminuído o número de novos adultos sem educação básica, o país não está trazendo de volta para a escola aqueles que abandonaram os estudos quando eram crianças e adolescentes. 44% da população com mais de 25 anos sem diploma de ensino médio siginifica mais de 60 milhões de pessoas.

Entretanto, dados divulgados pelo censo em abril, revelaram que a Educação de Jovens e Adultos (EJA), principal alternativa para reverter esse quadro, registrou o menor número de matrículas da história. Em 2024, foram registrados apenas 198 mil alunos na modalidade.

O Ministério da Educação (MEC) anunciou em junho do ano ado uma nova política de fomento para a criação de vagas nas redes estaduais e municipais, o Pacto EJA, que ainda não foi capaz de estancar a crise na modalidade. Naquele ano, foram R$ 120 milhões empenhados com a modalidade - a primeira vez que o investimento anual na área ou de R$ 100 milhões desde 2017.

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