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Lançamento

Alfredo Bertini celebra 5 anos de crônicas na Folha de Pernambuco com livro "Nem 8, Nem 80"

Obra reúne textos que desmistificam a economia, conectando-a à cultura e à educação

O economista e colunista da Folha de Pernambuco, Alfredo Bertini, lançou neste sábado (14) o livro "Nem 8, Nem 80 – De folha em folha: 5 anos de crônicas econômicas", em concorrido evento no Novotel Recife Marina, no Bairro do Recife.

A obra, com 479 páginas, é uma coletânea dos artigos dele publicados no caderno de Economia do jornal desde 2020, marcando os cinco anos de sua coluna.

O lançamento, que se integrou à programação do Cine PE 2025 – festival do qual Bertini é idealizador e curador ao lado de Sandra Bertini –, reuniu um público diversificado, incluindo autoridades, convidados dos setores acadêmico, cultural e político, além de amigos e familiares.

Entre os presentes, estavam Maria Letícia Monteiro Cavalcante, colunista da Folha de Pernambuco, e o marido, o escritor e jurista José Paulo Cavalcanti Filho.

A ideia da coletânea surgiu do jornalista Beto Lago, que diligentemente guardou todas as publicações de Bertini ao longo dos anos.

Obra de 479 páginas é uma coletânea de seus artigos publicados no caderno de Economia do jornal desde 2020.Obra, com 479 páginas, é uma coletânea de seus artigos publicados no caderno de Economia do jornal desde 2020. | Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

"Em certa ocasião, ele me disse: ‘No dia que você quiser publicar alguma coisa, tenho todos os seus artigos guardados’. Eu disse: ‘Eu quero. Vamos fazer isso nos cinco anos da coluna’", relatou o autor. A colaboração entre Bertini e Lago foi fundamental na seleção dos textos e na formatação do projeto editorial do livro.

"Nem 8, Nem 80" foi organizado por áreas temáticas, como Economia da Cultura e do Audiovisual, Economia da Educação, Economia Internacional, Turismo, Política Econômica e Social, entre outras, quebrando a ordem cronológica para oferecer uma leitura mais fluida e conectada. 

O prefácio é assinado pelo ex-ministro e senador Cristovam Buarque, que, ao comentar sobre a experiência de prefaciar a obra, destacou: “Tive muito prazer em escrever o prefácio. Bertini é um desses raros economistas que se dedicam a pensar a economia da cultura. Nós nos acostumamos com a economia da agricultura, da indústria, mas o grande setor dinâmico daqui pra frente será a cultura, a economia do intangível, da produção estética, do gosto. E o Bertini está na frente disso”.

Prefácio do livro de Bertini é assinado pelo ex-ministro e senador Cristovam Buarque. Prefácio do livro de Bertini é assinado pelo ex-ministro e senador Cristovam Buarque. | Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

Abrangência 
Bertini enfatizou a abrangência de sua obra e de sua coluna. "Não é apenas um registro pessoal. É o reflexo de um engajamento e da ocupação de um espaço em um jornal importante como a Folha. Tento transmitir o que penso de forma ível, sobretudo para uma sociedade que, muitas vezes, já não tem mais o hábito de ler livros", afirmou.

O economista ressaltou o propósito de desmistificar a economia, rompendo com uma visão meramente numérica. "A economia não é apenas números e indicadores. Está nas relações humanas, na cultura, na educação, no turismo. Eu quis mostrar que ela também pode ser pensada e trabalhada de forma mais filosófica e humanística", explicou. 

Ele também salientou o diferencial da coluna que escreve. "Muitas colunas econômicas se limitam ao cotidiano financeiro. Eu quis dar outra leitura, mostrar que o desenvolvimento do país não se decide apenas em bancos ou na Faria Lima, mas a por transformações profundas, como na educação e na cultura".

O professor e economista Eduardo Giannetti, que lançou seu livro "Imortalidades" na véspera e esteve presente no evento, reforçou a importância da abordagem de Bertini. “É muito importante o Bertini está reunindo as crônicas que ele escreve há cinco anos no jornal, na qual apresenta uma visão mais humanizada da economia. Ele mostra que o Brasil tem problemas perfeitamente istráveis, aponta caminhos e provoca reflexão”. 

“A economia é parte de um todo. Ela trata de escolhas humanas, portanto de ética, filosofia política e felicidade. Se perdermos essa dimensão, a economia vira um fim em si mesma — quando, na verdade, ela é um meio para que os seres humanos possam viver melhor” complementou Giannetti

Múltiplos lançamentos 
O evento também foi palco para outros importantes lançamentos literários. Cristovam Buarque, além de prefaciar a obra de Bertini, lançou o livro "Escola é Escada". A obra narra a trajetória de quatro jovens brasileiros – Arthur, Renner, Tabata e Victor –, que superaram a pobreza por meio da educação. Arthur e Renner estavam presentes para compartilhar suas experiências. 

“O livro ficou com o título de Escola é Escada, que resume bem a ideia. É através da escola, sobretudo, que um jovem pode ter sucesso na vida”, declarou o ex-ministro.

Também foi apresentado "Luz, Cinefilia, Crítica! – Arqueologia e Memória do Crítico Linduarte Noronha (Jornal União, anos 1950/1960)", do professor universitário Lúcio Vilar. O livro oferece uma análise aprofundada do pensamento crítico de Linduarte Noronha, propondo reflexões sobre a relevância da crítica cinematográfica na contemporaneidade. 

"A obra de Linduarte Noronha é um farol para entendermos a evolução do pensamento crítico no cinema brasileiro e nos instiga a repensar a função da crítica em um mundo de excesso de informações", pontuou Lúcio Vilar.

Completando a noite de autógrafos, a escritora Amanda Karoline apresentou "Tambaba à prisão", publicado pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte. A obra, relata sua trajetória de violência e abuso após uma visita à praia de Tambaba, na Paraíba, aos 18 anos, expondo experiências de abuso físico, psicológico, sexual e moral enfrentadas em silêncio por quase uma década

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